Primeira aula - Sunpou
Cheguei ao dojo da academia; aquele seria o dia para o treino de Houhou, uma técnica indispensável para minha formação como shinigami, e eu não iria falhar.
Quando chegamos lá a professora logo nos comprimentou
- Citação :
- - A todos vocês bem-vindos. Eu serei a vossa professora Yoruichi e irei ensinar-vos o básico das técnicas de movimentação. Tem tudo a ver com o controle da vossa energia espiritual e acumula-la nos pés mas se deslocarem mais rápido, podendo usar técnicas como o shuunpo!!
Então ela sumiu, somente para aparecer radicalmente em nossa frente; muito mais rápido que eu julgaria ser possível. Mas preferi não demonstrar minha consternação, como a dos alunos mais próximos a professora.
- Citação :
- - Agora mostrem-me o que valem vamos!!
Me afastei dos outros shinigamis, para conseguir um espaço suficientemente grande para que eu pudesse treinar, e me pus a correr.
Não demorou muito para eu me dar conta de o quão idiota eu estava sento; pulando de um lado para o outro do dojo, como uma criança que corre atrás de uma borboleta.
Então sentei. Sentei e comecei a pensar em como seria possível fazer aquela diabrura, como seria possível alcançar uma velocidade tão extraordinária, em tão pouco tempo. Certo, a sensei disse que tinha a ver com a reiatsu, e isso é evidente, mas aonde? Não faria sentido concentrá-la na sola dos pés, isso no máximo faria deles mais resistentes ao impacto, não... talvez nas panturrilhas?
Me levanto e tento concentrar minha energia espiritual nas panturrilhas, e testo um salto em frente.
O resultado até não foi dos piores; mas não foi, nem de longe, o esperado. Saltei quase cinco metros a frente, apenas para cair pesadamente contra o chão, totalmente desequilibrado.
É provável que alguns dos outros alunos tenham rido de mim, mas estava preocupado de mais com a dor no joelho e nos braços(que utilizei para amortecer o impacto da queda) para dar qualquer atenção àquilo.
Mas se a resposta não eram as panturrilhas, então só poderiam ser as cochas. Testei;
Foi ainda mais fracassado. Posso até não ter caído desta vez; até que estava bastante estável. Bastante lento. O salto me levou a apenas três metros à frente, e com metade da velocidade do anterior.
Sentei mais uma vez. Não fazia sentido aquilo tudo. O que eles acham que eu sou, algum tipo de gênio para adivinhar o que tenho de fazer? Vivi a vida inteira como um órfão no Rokungai, como diabos vou saber o que devo fazer, se nunca nem se quer frequentei uma escola?
Alguns alunos já estavam conseguindo dominar a técnica. Pelas roupas que usavam, eram aqueles almofadinhas das famílias nobres do Seireitei. Mas também haviam alguns mais humildes que começavam a chegar perto do término também, e um garoto mesmo já havia executado o shunpoo, e recebia as parabenizações de seus amigos.
Eu não poderia ficar para trás. Parei de tentar de pensar, visivelmente eu não era bom naquilo. Ao invés disso, saltei para frente concentrando reiatsu tanto nas panturrilhas quanto nas coxas.
Para minha total surpresa, o vento uivou nos meus ouvidos, e meu salto me levou por quase seis metros. Mas toda a felicidade acabou aí. Caí ainda mais pesadamente do que antes, totalmente desequilibrado. Caí sobre o braço direito, e cheguei a rachar uma das tábuas do grande tablado que formava o chão do dojo. Me levantei com dificuldades. Mas percebi que estava certo o que eu havia feito. A velocidade tinha sido muito maior do que a das outras duas tentativas, eu com certeza estava no caminho certo.
Tentei mais uma vez.
Caí mais uma vez.
E outra.
Mas quando já começava a cair pela quarta vez, e sentia o braço direito latejar profundamente, é que me dei conta do que estava errado. Era força de mais nas pernas, mas quase nenhuma no restante do corpo. O corpo fraco, em meio a tanto atrito, não conseguia manter o equilíbrio... só podia ser aquilo.
Levantei então, e comecei a distribuir a reiatsu por todo o corpo, quase que igualmente, exceto pelas pernas, nestas a concentração foi maior. e saltei a frente.
Foi uma sensação fantástica. Mas o final foi uma fortíssima pontada de dor. Ao terminar de percorrer quase quinze metros daquele salto, aterrissei normalmente sobre os pés, como que de um salto comum, mas a pressão feita pela velocidade, força, e ímpeto do movimento, quase partiu os ossos que formavam a sola do pé.
A dor me fez cair.
Mas levantei sorrindo. Como não me lembrava de ter sorrido antes. Apesar da coleção de hematomas, agora eu havia entendido. Olhei para professora, e saltei na direção dela. Desta vez deixando uma fina camada de reiatsu fluir para os pés.
A aterrizagem ao lado da sensei foi suave, e seguida por uma rajada de ar deslocado pelo movimento súbito de pouco mais de quinze metros...
-Sensei, acho que consegui...